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AfroIndie Vol. 1

by Afro Indie

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1.
Cê tem um sonho lindo e todos podem lhe ajudar, Diferente do meu pelo qual só eu posso lutar. Por isso muito cuidado para não afastar... Às vezes é seu modo de agir, às vezes seu modo de falar. Se eu não fizesse música no meu único tempo livre Eu nem estava mais aqui. Se você não estuda pra concurso ou não tem uma peixada Cê tá fudido nesse Piauí. Cê não faz ideia do que eu ouço de besteira Quando digo que misturo rock com swingueira. Nego tira sarro, manda meme, mó zueira... Roquistas apegados ao datado rock pauleira E eu já nem discuto mais porque enfim... Nego se dói quando falo mal De quem ainda hoje paga pau Pra Narguilé, Roque Moreira e Mano Crispim, Bandas que já nem existem mais, Bandas de dez mil anos atrás... Foda-se o seu saudosismo ou se essa minha atitude só vai me isolar, A música do Piauí nunca foi grande coisa, Fui eu nessa porra quem começou a mudar: Geração TrisTherezina em todos os sites nacionais arrochando, Meu primeiro disco em uma porrada de listas de fim de ano E ainda é só o começo. Nesse início não precisei pagar o preço De ter que ir embora pra sofrer e ir criar calo, Morar no Rio ou em São Paulo Como tantos daqui já foram, Como ainda hoje parece necessário, Dos velhos baianos ao Cidadão Instigado, Artistas grandes que não conseguiram descentralizar a porra do mercado. Por isso um salve pro Don L, Diomedes e um salve pro Baco. Enquanto as bandas da cena arrotam profundidade Com músicas de três versos sem muito arranjo, tudo ruim, Depois que alcançam certa visibilidade Parece que acaba a criatividade e anunciam o fim. Beleza, pra eles foi tudo muito fácil, Eu ainda tou no caminho, Com o Jeza da Pedra, o Zé Bigode, Theuzitz, É, eu não tou sozinho. Todo dia conversando sobre conquistar mais público, Fazer a melhor música mesmo não sendo o melhor músico Nem gravando com os instrumentos mais caros Muito menos nos grandes estúdios. Odiando quem manda papo de que a gente não precisa se levar a sério demais Quando a música é a única coisa que importa nessa vida Sendo o único meio de eu me sentir poeta e ainda fazer política Como Mano Brown faz.
2.
Tempo bom O sol na pele E os pés no chão A maré subiu A maré voltou A maré, amar é. Chuva típica Cheiro de mato Molha o corpo e purifica A maré subiu A maré voltou A maré, amar é. Na areia Escrevo o nome do bom moço Deixo a mostra meu pescoço E solto sua mão Deixa a canga voar Me deixa andar Quero correr nas pedras e me enfeitar De todas as belezas da terra De toda a pureza do mar. Enxergo longe o brilho tão certo Do amanhã que vai chegar Enxergo longe o brilho tão certo Do amanhã A maré, amar é. A maré.
3.
Não sei mais Como sair do mar, sem voltar Azul demais Do abismo aos pés, o frio Me conduziu (la la la) Me despiu (la la la) Vou deixar absorver Tudo meu e de você Quando o fundo me alcançar Vou cantar
4.
Você vai se arrepender de ter me conhecido Vai trocar de casa, de cidade, de amigos Você vai se arrepender de ter me dado bola E de ter me beijado na escada da escola Você vai se arrepender por ter desafiado Um ser humano tão complexado no momento errado Você vai fugir de mim Você vai se arrepender de ter se aproximado E sem mais nem menos ter me abandonado Você vai se preocupar aonde quer que esteja Não vai confiar nem no padre da sua igreja Você vai pagar em terra por todo o pecado E meu olhar a te escoltar por todos os lados Você não fugir de mim Porque a culpa há de te corroer Eu sei que a culpa há de te corroer Por todas as promessas feitas Tão malfeitas que chega a doer Eu nem sei bem como é que eu acreditei Deus do céu, como é que eu confiei? Eu que sempre tão desconfiado, que gozado Baby, em mim já doeu demais Cansei Cansei de tanto dar e nunca ser correspondido E hoje fujo de você como um bandido Fechou o tempo, o sol sumiu no nosso bang-bang E ainda sinto transbordar as farpas por todo o meu sangue No meu corpo, guardo a tua ausência em todos os buracos Não-vedados, não-tapados, não-curados Você não vai sair de mim Nunca vai sair de mim Você não vai sair de mim Pra sempre em mim
5.
Hoje eu descobri que tenho a mesma idade da Rihanna Será que a gente curtiu, as mesmas coisas na infância? O emprego dos sonhos era trabalhar na locadora do bairro Só pra ter aquele poster do Kill Bill Amigos se casam Se formam e nunca tem festa Eles não sabem que os seus filhos bebem Coca-Cola escondido Hoje eu fiz os meus 30 anos E tá tudo bem Só não me deixa envelhecer Feito banda de rock "
6.
Reconheço que não somos mais iguais não querendo, eu aceito deixo passar. Por que você sumiu? Sei que temos um passado lado a lado, mas vivemos muito tempo longe também. E não dá pra voltar atrás. Se o tempo fez favor em nos afastar, se a vida quis mostrar que era melhor assim. Talvez eu nunca quis chegar a perceber que eu mudei. Se há lembranças que eu guardo, eu vou guardar. Se a história morta e viva ainda sinto em mim. Talvez eu nunca quis chegar a te dizer... Adeus.
7.
Ao menos eu tentei Ao menos eu falhei Em ser perfeito Se não adiantar Se a vida for me arrancar Eu mudo de lugar e corro Eu corro Eu acho graça das cantatas de natal E dos amigos que me procuram só quando eu me acidento Nada é importante demais na minha vida Se quem acorda do meu lado não respira Não se alimenta Não vive por motivos banais Não vive por motivos banais E quem acorda do meu lado Não cessa de morrer Não tem apoio de ninguém Vive esperando ser alguém pro mundo E corre Eu tenho pressa Pra atingir minhas metas E da minha rua eu sei o nome de ninguém Eu compro lentes, pães, chás e violões Eu faço nada e considero arte balbuciar palavras Que versam sobre nada Que versam sobre nada Que versam sobre nada Sobre nada Eu tenho pressa Pra minha auto-afirmação Eu não consigo ouvir Os conselhos dos meus pais Eu tenho amigos Com quem não falo há anos E acho engraçada A capacidade de nem ligar Sua vida não faz falta Seu verso não faz falta Seu sonho não faz falta Em um mundo desigual
8.
Deve ser, deve fazer um bem danado ser seu boy Ele anda sem esforço Ele observa os animais na fonte (da praça) Ele vê a vida plena Ele enxerga 180º os problemas (do mundo) Sorriso leve Quase um desdém Deve ser, deve fazer um bem danado ser seu boy Ele tatua o pescoço O símbolo da paz que sente (na vida) Ele trai o movimento Ele funda o movimento Ele faz o movimento e vai... (na frente) Sorriso leve Quase um desdém Deve ser, deve fazer um bem danado
9.
o vento é forte e deu sinais do que eu deixei de fazer outra vez cumprimento os meus dons mas me esqueço de você sem querer a noite é morna e as ruas são o retrato dos jornais é melhor não sair do que acabar perdido as luzes piscam mas eu nunca vejo ninguém lá uma cama de espinhos é uma cama de espinhos os meus traços de amor ainda são rudes eu bem sei e eu já melhorei os truques e proposições as promessas e o querer um de cada vez na euforia dos aniversários e afins brilham os olhares por tristeza ou alegria nós passamos os anos esperando a vida vir a nossa vaidade é a unica fantasia
10.
Era uma vez em pé com as pessoas Alheio ao tempo Ao léu por aí Todos os dias entre as pessoas Cantava ao vento Pra se esvair Era uma vez de encontro às pessoas Pros devaneios Ver colorir Valsas de um tempo envolto a pessoas Dias se inventam Bons de dormir

about

AfroIndie Vol. 1 é a primeira coletânea do projeto iniciado por Valciãn Calixto, Amanda Soares, vidro/pele, Neiva, Jonathan Tadeu, Rawph, Santos, Marcus Vinícius Evaristo, Theuzitz e Abreu, que visa divulgar e fortalecer trabalhos de artistas independentes negros e negras. Em um universo musical que estereotipa e muitas vezes nega espaços e possibilidades para pessoas negras, AfroIndie é um esforço que vai na contramão do racismo estrutural e se coloca como aliado da coletivização étnico-racial e da luta contra o racismo.

credits

released June 20, 2018

Afro Indie Vol. 1
Produção independente
® 2018

Capa por Lólly @lollyndona
www.behance.net/lollyart

license

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about

Afro Indie Brazil

Um grupo de artistas de diversas cidades brasileiras que se juntaram e lançam em Junho de 2018 a primeira coletânea negra do rock nacional, coletânea baseada no repertório que lhes é comum, a representatividade negra.

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